11/08/2017

Gui Trentini

De DJ e despachante a atleta de triatlo

Pé na estrada
De DJ e despachante a atleta de triatlo
Gui Trentini gasta a sola dos tênis e corre quilômetros em busca de superar os seus limites
O triatleta Guilherme Trentini iniciou na modalidade de triatlo em janeiro deste ano, mas seus principais objetivos são se exercitar e testar seus limites, buscar superação em cada prova disputada, sem ter que se preocupar com o pódio ou ranking.
Trentini trabalha como despachante e DJ em Porto Alegre, mas retorna a Lajeado nos fins de semana, onde moram sua família e namorada. “Não sou um atleta profissional; na verdade, sou um cara que começou a correr para emagrecer e se sentiu bem nas corridas e atividades físicas desempenhadas”, explica.
Trajetória no esporte
Há dois anos, Guilherme contou que frequentava academia tradicional, para fazer musculação, e depois dos treinos sempre continuava com muita adrenalina, sem se sentir cansado. Com isso, decidiu correr na esteira desse mesmo estabelecimento. Até então, o objetivo na academia era o de se exercitar e eliminar o peso extra, para se manter em uma zona confortável. No total, Guilherme eliminou 15 quilos. “Não era gordo, pesava 85 quilos, e cheguei a 70, mas ficava muito ruim de manter, me deixava estressado. Hoje, peso 75 quilos, mas depois de uma prova ou de uma semana de treinos pesados, chego a 71, 72 quilos”, conta.
Depois de um tempo, o jovem resolveu se inscrever para realizar uma prova com percurso de dez quilômetros, em Porto Alegre, a qual concluiu com facilidade.
Passados alguns dias, Trentini se inscreveu em outra, também de dez quilômetros, e novamente teve êxito na conclusão do percurso.
A partir disso, o jovem buscou orientação e entrou para um grupo de corrida, o R.A. Runners.
Dentro do grupo, passou a se preparar de duas a três vezes por semana, deixando os treinos longos para os sábados. Concluiu novamente com facilidade diversas provas de cinco e dez quilômetros.
No segundo ano em que integrava o grupo (2016), Guilherme foi sorteado para fazer um circuito com um nível maior de dificuldade, o Mizuno UpHill, em um percurso de 25 quilômetros, na Serra do Rio do Rastro. “Para me preparar para essa prova, eu comecei a fazer treinamento funcional associado ao de corrida. Fiz umas quatro meias maratonas (21 quilômetros) para treinar. Meu objetivo principal era terminar dentro do ponto de corte. Missão cumprida, precisava de um desafio maior.”
Na busca por superar seus limites, Trentini se inscreveu em uma nova prova, desta vez no litoral norte do Estado, a Summer 48 km. Tratava-se de uma ultramaratona de 48 quilômetros na beira da praia. Nesse momento, o atleta que ainda não havia participado de uma maratona (42 quilômetros), passou direto para um desafio maior. “Em dezembro de 2016, concluí essa prova, que ia da praia de Itapeva até Capão da Canoa”, conta o jovem.
Mudança de foco, evolução e superação
Em janeiro deste ano, Trentini decidiu mudar o foco de sua modalidade e acrescentar mais obstáculos, em uma busca por superar seus limites. O esportista entrou na Raia Sul, uma equipe de triatlo, localizada em Porto Alegre.
“Já pedalava antes disso, fiz um Audax de 200 quilômetros, assim como outras provas de bicicleta, porém, com distâncias menores”, relata o triatleta.
Seus treinamentos ficaram mais intensos, passando a ocorrer duas vezes por dia. “Um dia faço corrida e funcional e, no outro, faço bike e natação”, explica.
O objetivo do jovem é começar a realizar algumas provas nessa modalidade, iniciando pelas menores (Sprint), para que, de acordo com as metas de Guilherme, daqui há dois anos, chegar a participar da maior prova na modalidade, a IronMan Full.
Sobre as modalidades
Dentre as três modalidades do triatlo (corrida, bike e natação), Trentini destaca a bike como a atividade de que mais gosta. “Da corrida eu aprendi a gostar, mas do que eu mais gosto é a bike, pois sempre andei; desde pequeno sempre tive bicicletas. Hoje tenho duas, uma speed, que é para asfalto e treinos de triatlo, que deixo em Porto Alegre, e uma mountain bike, que é para fora de estrada e para passeios com os amigos, que mantenho aqui em Lajeado”, conta.
Cuidados
Assim que começou a correr e fazer os exercícios, Trentini realizou um check-up com o médico e consultou uma nutricionista, para não ter nenhuma surpresa negativa.
Em período de treinos específicos, o triatleta não pode ingerir bebidas alcoólicas e precisa intensificar os cuidados com a alimentação.
Aprovação da família
O pai incentiva, e pelo fato de trabalharem juntos, há flexibilização dos horários para que possa treinar, quando necessário.
A mãe também apoia e foi quem acompanhou o atleta em suas duas primeiras provas.
A namorada é outra incentivadora e parceira do jovem. “Ela até começou a ir à academia depois de ver minha dedicação. Sempre que possível, ela me acompanha”, destaca Guilherme.
Superar seus próprios limites
Todas as provas que o atleta disputou, com exceção das provas do Audax de bicicleta, possuem ranking e pódio, mas o esportista ressalta: “Eu não me ligo muito nessa questão, pois pratico para me sentir bem, para incentivar as pessoas, para conhecer outras pessoas, trocar ideias. Mas respeito muito quem compete com o intuito de ser campeão, inclusive treinei com alguns colegas que sempre estão no pódio nas provas que disputam. O meu objetivo é me conhecer cada vez mais, encarar desafios cada vez maiores e ir adiante, tentando encontrar um limite. Se conseguir me manter em uma prova e terminar dentro de um limite preestabelecido, para mim já valeu. Se conseguir incentivar alguém a fazer alguma prova ou simplesmente a sair da frente da televisão, valeu mais ainda”.
As pessoas questionam o atleta quanto às suas medalhas ou sobre qual posição ficou no ranking, e ele considera isso normal entre os participantes. “O espírito de competição faz parte das pessoas, é legal isso, mas se for analisar, como, por exemplo, em uma prova em que participam duas mil pessoas, acredito que todas vão estar felizes ao cruzar a linha de chegada e se desafiando, mas apenas umas 30 vão para o pódio”, justifica.
A competição, para Guilherme, é contra o seu limite, é sua ideologia. “A prova, na verdade, foi sofrida antes, porque você precisa treinar pesado antes dela, e é isso que desgasta, acordar cedo para correr, no frio, na chuva, em qualquer tempo”, observa.
Próximas provas
O atleta, que já participou de provas como Wine Run; TTT; Audax 200km; Etapa de Sério do Circuito Trilhas e Montanhas; Electric Run, em Dubai (2015); Circuito PoA Day Run, Mizuno UpHill; Pedal do Valeciclismo 60km, entre outras tantas competições, hoje programa novos desafios para 2017.
Em junho, participará da Maratona de Porto Alegre, e também foi sorteado para realizar a Mizuno UpHill novamente, mas, desta vez, no percurso de 42 quilômetros. “Essa prova é sensacional,. Em torno de oito mil pessoas pagaram uma pré-inscrição de R$ 15, e em torno de mil são sorteadas, para percursos de 25 e de 42 quilômetros. Existe ainda o Desafio Samurai, onde alguns convidados fazem as duas provas no mesmo dia”, destaca.

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