10/08/2017

Sandra e Juliano

Que ronquem os motores, porque eles vão pegar a estrada

Que ronquem os motores, porque eles vão pegar a estrada
Casal morador de Guaporé permanece unido até mesmo na hora do lazer. De Harley Davidson, os aventureiros viajam para diversos lugares
O barulho de uma Harley Davidson é inconfundível, e isso ninguém pode negar. Para a cirurgiã-dentista e especialista em Ortodontia Sandra Mazutti, 49 anos, o ronco do modelo soa melhor do que as músicas do Creedence. Apaixonada pelo motociclismo desde a infância, quando ainda sonhava com a primeira bicicleta, foi ela quem deu um “empurrãozinho” no marido, também cirurgião-dentista - Juliano Dal Prá, 50 anos - para que juntos começassem os seus primeiros trajetos a bordo das “queridinhas” de duas rodas.
Sandra conta que aprendeu a pilotar motocicleta muito cedo. Os ensinamentos foram dados pela grande amiga e vizinha de infância Ana Mari Zortea Giroto. “Atualmente, ela reside em Porto Alegre, é harlista e tem uma 883 Custom 2006 carburada.” A cirurgiã-dentista diz que a sua primeira experiência como motorista foi com uma motoneta Biz, comprada em 2000.
No ano seguinte, em 2001, ela adquiriu uma Virago 250; após, uma moto de trilha, momento em que presenteou o marido com um modelo XT 223. “Trouxe ele para o motociclismo. Começamos a fazer trilha, mas não durou muito por causa dos filhos pequenos e também dos tombos (risos).” Eles são pais de Gabriela, 21 anos, e de João Gabriel, 12 anos.
Na estrada
Foi no ano de 2011 que se iniciou a história do casal na estrada. Sandra comprou uma Midnight Star 950 e começou a viajar. “Momento em que o Juliano se obrigou a comprar uma também (risos).” Em maio daquele ano, o casal foi para o Maremotos, acompanhado do casal Ana Mari e Sérgio Giroto, que possui uma Harley Davidson Fat Boy 2008. “Saímos de Guaporé, eu e Juliano; ele numa Falcon emprestada pela loja, pois a Mid dele ainda não havia chegado; eu com minha Mid vermelha.”
Desde então, segundo Sandra, o ponto de encontro dos harlistas passou a ser o Posto Graal, na freeway. “Lembro que no trajeto da freeway, eu pilotei a Fat do Sérgio por alguns quilômetros e (uau!) foi ali que tudo começou. Me apaixonei pelo ronco, torque, pilotagem, não consegui mais ficar com a Mid, mesmo sendo uma excelente moto.”
Sandra não pensou duas vezes e, meses depois, foi até a loja da Harley. “Quando entrei na loja, fiquei encantada. Era tanto brilho dos cromados, e o ronco inconfundível que vinha da mecânica soava melhor do que o som do Creedence.” Ela conta que, naquele dia, adquiriu, sem piscar, a sua Heritage Classic. “Com a compra da minha Harley em 2011, começamos a participar de vários encontros de motos.”
Encontros de motos
O casal já participou do Motovento, em Osório; Moto Cidreira; Moto Terra de Areia; Moto Guela Campo Bom; Papaxão Carazinho Sul-Americano; Moto Torres; Moto Serra, em Bento Gonçalves; Moto Neve, em Lages, Santa Catarina, entre outros. “Maremotos é um que nunca perdemos.”
Quando não estão nos encontros, Sandra e Juliano fazem passeios para Gramado, Cambará da Serra, entre outros lugares. Eles saem na sexta-feira e retornam no domingo. “Nós já estamos em sete casais, somando o pessoal de Guaporé e Porto Alegre. Como são duas mulheres que pilotam, são nove motos.”
Sandra diz que o grupo foi batizado pelo apresentador do Maremotos como Os Desgarrados de Guaporé. “O detalhe é que as maiores amizades se consolidam a cada jornada; e o mais importante não é o destino, mas, sim, a experiência de pilotagem, o sentimento de desfrutar a viagem, a sensação de percorrer a estrada escutando o ronco dos motores.”
Rota 66
O sonho do casal é ir de motocicleta até a Rota 66. Mas, enquanto esse dia não chega, Sandra diz que o próximo destino do casal será Mendoza, na Argentina (indo por Uruguaiana). “Cada passeio, cada encontro de moto é pura alegria, principalmente quando encontramos a galera de Porto Alegre e pegamos a freeway. É só festa.”
Verificar sempre o bom funcionamento das motos está entre os cuidados antes de enfrentar qualquer tipo de percurso, segundo Sandra. “Nós colocamos nossos fones de comunicação, dou um beijinho no meu filho, recebo um beijo do Juliano, ligo a moto e, nesse momento, já inicio uma oração pedindo proteção na estrada. Depois, é só alegria.”
Na opinião de Sandra, ter uma Harley Davidson é muito mais do que apenas ser dono de uma motocicleta. “É fazer parte de um universo de motociclistas que dividem a mesma paixão.”
Texto: Carolina Gasparotto

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