Família do gol
Filho segue pai no esporte e se torna promessa
Eduardo Ronko Jung, 9 anos, já é goleiro há cinco anos e atleta disputado pelos times da região pela forma como atua dentro de campo
Garra, determinação, força de vontade e comprometimento dentro de campo. Você achou que estávamos falando de um adulto? Não, essas são as características de Eduardo Ronko Jung, de apenas 9 anos. O garoto é goleiro há cinco anos e considerado uma promessa no futebol. E quem garante isso é o treinador do Grêmio, que foi categórico ao dizer que nenhuma criança de 9 anos chegou com a base de Dudu no time. Como exemplo, segue os passos do pai, Gilnei Jung, 34 anos, o “Nei”, goleiro de salão desde criança.
Dudu, além de estudar como qualquer criança, divide seus outros dois turnos entre dormir e treinar, porque defende o gol de pelo menos quatro times, um deles o sub-9 do Grêmio Futebol Clube de Porto Alegre, para onde viaja todas as semanas. Além do Tricolor, Dudu joga o campeonato estadual de salão sub-9 pela SER Carazinho e, na região, atua em vários times do Sete de Setembro e na Escolinha do Rui Barbosa.
Toda essa rotina é apoiada pelos pais Nei e Roberta. Mas não pensem que são eles que escolhem todo esse trajeto. Dudu tem vontade própria quando se fala em esporte. Sua única obrigação é estudar. Se estiver com as notas em dia na escola poderá seguir com os treinos e o sonho de se tornar um craque no gol de grandes times. “Nós sempre vamos acompanhar e apoiar nosso filho nos sonhos dele, mas queremos disciplina e que invista nos estudos para ter um futuro garantido”, ressalta a mãe Roberta. “Quando as notas ficam um pouco próximo da média já sentamos para conversar, e a agenda é revista.”
O pai de Dudu encara essas viagens e rotina corrida como um avanço no futebol e uma busca por um sonho do menino. A mãe já vê com outros olhos. Para Roberta, tudo o que Dudu vive, agora, é aprendizado, tanto de independência quanto cultural, de conhecer muitas cidades e jeitos distintos de agir em sociedade, além de fazer novas amizades. Os pais dizem não se importar com gastos no momento, porque sabem que estão fazendo um bem maior para o filho. “Estamos investindo na alegria dele.”
Dudu também gosta muito do tradicionalismo e frequenta o CTG Tropilha Farrapa de Lajeado. “Futebol e CTG são duas funções que requerem muita disciplina. Acho que, desta forma, conseguimos educar melhor nosso filho, porque, nos dias de hoje, não está fácil”, pondera Nei.
Família “adotou” amigos
Para garantir ainda mais a segurança e adolescência com menos riscos para Dudu, os pais é que levam o filho e seus amigos para os treinos. E se tornaram “os queridos” no meio da gurizada dos times. Nei e Roberta são conhecidos e admirados por todos no meio do futebol, justamente por essa gentileza e presteza com o filho.
Humildade
Mesmo que o filho já esteja em times de renome e conhecidos no Estado, a família preza pela humildade e caráter. O casal ensina para Dudu e também para os amigos do filho que, hoje estão jogando no Grêmio, mas, amanhã, podem não estar, e, por isso, devem sempre manter o respeito e o foco no aprendizado. “Não é porque jogam no Grêmio que são mais do que os colegas de time menores. Todos são iguais e precisam aprender e aprender.”
O pai-goleiro
E não é apenas a vida de Dudu que é corrida. Nei também ainda joga em diversos campeonatos pela região pelo Sete, CTC e Soges, além de outros times que o convidam. Tudo isso concilia com as viagens do filho, convívio com a família, CTG e ainda a empresa da qual é proprietário.
Nei vive no mundo do futebol desde criança. Começou nas escolinhas de Arroio do Meio até se profissionalizar e jogar pela Alaf em 2007. Neste ano, ele foi campeão da Série Bronze e o goleiro menos vazado do campeonato.
Logo depois, teve o filho Dudu, que já começou a acompanhar o pai no futebol com 2 meses de idade. Desde pequeno, Dudu sempre acompanhou o pai nos treinos, e, no fim das partidas, o menino sempre queria treinar.
Fonte texto: Carine Krüger