09/08/2017

Egon Müller

Müller, o canhão do Lajeadense

Na história
Müller, o canhão do Lajeadense
Egon Müller passou por diversos clubes em 15 anos de anos de carreira no futebol de campo e em todos fez sucesso por ser ágil e bater na bola com força e velocidade
Um dos ícones do futebol estadual e regional do fim da década de 1970 e começo da década de 80, Egon Müller ainda é lembrado por torcedores do Lajeadense e do São Borja como o “canhão” do Estado, que batia na bola com força e velocidade para fazer gols. O feito não está registrado no Livro dos Recordes, mas, segundo o atleta e também comentaristas esportivos de rádios da Região Metropolitana, Müller foi o único jogador do mundo que fez sete gols olímpicos no futebol profissional (quatro com o pé direito e três com o pé esquerdo) e também é o único jogador brasileiro que batia escanteio e pênalti com os dois pés e alternadamente.
Sua vida no futebol começou ainda quando moleque, quando dormiu com a bola de futebol de tanto que admirava o esporte. Como morava no interior, jogava peladas em potreiros e ruas de chão batido, o que lhe deu ainda mais habilidade.
Aos 14 anos, ainda menino, Müller teve a primeira oportunidade de mostrar seu talento em equipe jogando o campeonato municipal amador com a Sebe de Boa Esperança, Cruzeiro do Sul, e seu talento foi tanto que no ano seguinte, já com 15 anos, passou a atuar em diversos clubes da região e foi campeão municipal com a Sebe e o Brasil de Marques de Souza.
Seus passes, marcações, dribles e chutes cada vez eram mais admirados e começaram a ser vistos por diretores de clubes. Com 17 anos, começou a jogar no Lajeadense. Logo depois, o time fechou e, quando reabriu, em 1978, como Clube Esportivo Lajeadense, Müller estava lá no plantel com o qual ganhou o título de campeão da Segunda Divisão do Gauchão e ficou marcado como o “canhão” em razão de sua forte batida. Depois da vitória, partiu para a equipe de São Borja, a qual tem, hoje, como o time do coração e também fez história na cidade. Disputou a Série C do Campeonato Brasileiro.
Até os 23 anos, ficou em São Borja, foi emprestado para o Clube Esportivo Lajeadense e, depois, foi vendido para o Pinheiros, que, na época, era o clube mais rico do Brasil (140 mil sócios) - atualmente, é o Paraná Clube.
No ano seguinte, foi emprestado para o Pelotas e, depois, voltou para o Pinheiros, que tinha seu passe. De lá foi emprestado para o Caxias, de 1985 a 88 - jogou no primeiro semestre o Gauchão pelo Caxias. Nesse período, passou por diversos clubes por empréstimo. Grêmio e Inter o sondaram, porém, ele recursou as ofertas.
Em 1988, voltou para o Lajeadense, jogou emprestado para o Estrela e, depois, foi para o Guarani de Venâncio Aires a fim de disputar as finais da Segunda Divisão. Foi quando se machucou e teve uma grave lesão nos dois joelhos, tendo que parar de jogar em 1989, com 29 anos.
Depois do futebol
Três dias depois de encerrar a carreira no futebol profissional, Müller foi contratado pelo Clube Tiro e Caça de Lajeado como coordenador do Departamento de Esportes, onde ficou por dez anos. Ele organizava todos os campeonatos do clube em todas as divisões e categorias. Parou de jogar, mas seguiu no meio esportivo. E, hoje, diz que está por aí, passeando e aproveitando a vida.
Ser um ídolo
Müller passou sua juventude em São Borja, dos 20 aos 23 anos, e, nessa fase, além do futebol, conheceu muitas pessoas e teve uma rotina de vida em que passeava, pescava e se divertia. Na cidade, todos o conhecem e admiram até hoje, e, quando o ídolo vai até lá, os moradores o param para tirar fotos. “Os pais contam minha história para os filhos, por isso, até a piazada me conhece lá. Muitos amigos, quando vão para São Borja, dizem que são de Lajeado, e as pessoas logo fazem referência e dizem que é a terra do Müller.”
O ex-jogador conta que ainda é reconhecido porque sempre foi um bom atleta, mas, acima de tudo, muito humilde com o torcedor. “Eu dava de duas a três entrevistas por semana nos veículos de imprensa da cidade. Eu era muito conhecido e ainda sou muito querido.”
Como tinha essa capacidade toda
Müller diz que tem dom natural para jogar futebol e que sua vontade pelo futebol estava na mente desde pequeno, quando dormia com a bola de borracha e deixava de tomar café da manhã para treinar. “Meu negócio sempre foi adrenalina. Eu sempre dizia que seria jogador de futebol ou corredor de fórmula 1.”
Principais times pelos quais Müller passou
- Sebe Cruzeiro do Sul
- Brasil de Marques de Souza
- Lajeadense
- São Borja
- Pelotas
- Juventus de São Paulo
- Pinheiros
- Caxias
- Estrela
- Guarani de Venâncio
Fonte texto: Carine Krüger

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