09/08/2017

Rafa Paschoalin em Lajeado

Piloto palestrou nas dependências da Valecross, no dia 11 de agosto

Road Race
Rafa Paschoalin em Lajeado
Rafael Paschoalin palestrou nas dependências da Valecross, no dia 11 de agosto, às 19h, para seleto grupo de motociclistas apaixonados pelas experiências do esporte sobre duas rodas
Lajeado - O piloto Rafael Paschoalin, único brasileiro especializado em Road Race (corrida de estrada), esteve no Rio Grande do Sul para uma bateria de quatro palestras em algumas das principais concessionárias e boutiques do Estado. Ele contou sobre a magia das provas de Road Racing e sua história com as motocicletas, que, segundo ele, são uma espécie de “manutenção” da sua vontade de prosseguir e chegar ao topo do pódio nas corridas mais difíceis do mundo.
No início da palestra, Paschoalin falou de sua paixão pelas motocicletas, a qual aflorou aos 7 anos de idade, vendo seu pai Val Paschoalin competindo. O interesse também recaiu sobre seu irmão e, agora, com o filho Enzo, que disputa provas de motocross.
“Levou seis anos para que eu fosse convidado a participar da prova do TT Isle of Man. O receio e o medo de pilotar em um local que ceifou diversas vidas ficaram para trás depois que comecei a acelerar. Mesmo assim, o fato de presenciar um acidente que resultou na morte de um piloto acabou me desestabilizando emocionalmente”, lembra o piloto.
Já em 2015, Paschoalin chegou na 30ª colocação entre 70 participantes. “Mesmo com patrocínio, estamos competindo com pilotos que vivem 24 horas por dia o motociclismo. Para se ter uma ideia, minha moto tem um custo de 15 mil libras. Só a suspensão das motos, que estão nas dez primeiras colocações, tem um custo de ‎70 mil libras”, conta Paschoalin.
Para se chegar entre os 30 primeiros colocados, o investimento anual tem que estar na casa dos R$ 200 mil. Entre os 15, a aplicação passa para R$ 500 mil, e no seleto grupo dos dez melhores, os valores passam de R$ 1 milhão.
Sua última corrida foi no mês de julho, quando participou do Pikes Peak International Hills Climb, no Colorado Springs, Estados Unidos. A prova a quatro mil metros de altitude exige muito dos pilotos, que perdem cerca de 30% de velocidade nessa altitude. Somente quem tem moto elétrica consegue ter 100% de aproveitamento de potência.
Rafael também falou de seus projetos para o futuro. Agora, o foco nos próximos meses será integrar competições de motocross para manter o preparo físico e também para dar uma relaxada, e no ano que vem se dedicar às provas do TT 600 e Pikes Peak. Esta última com chances reais de competir para ser o campeão da competição.
Trajetória
Em 2012, o piloto fez sua estreia no calendário mundial, participando de provas como North West 200 e Macau GP. No ano seguinte, se tornou o primeiro brasileiro no TT Isle of Man.
Em sua galeria de bons resultados, destaque para os títulos de Supermoto em 2003, 2004 e 2008. Na motovelocidade, foi 3º no Campeonato Brasileiro de 2003 na classe 250 e ganhou as 500 Milhas de Interlagos, em 2009.
Sempre esteve entre os dez melhores do país, mesmo não competindo regularmente. Destacou-se no Racing Festival, na categoria 600, e também em provas de Moto 1000 GP e Superbike.
Em 2015, conseguiu seu melhor resultado no TT Isle of Man, finalizando a Senior Race na 30ª colocação, entre mais de 70 pilotos que competiram.
Em 2016, Rafael Paschoalin disputou, pela primeira vez, o Pikes Peak International Hill Climb, em sua 100ª edição. O percurso considerado alucinante pelos competidores, na subida de montanha com 156 curvas, está sediado no Colorado, Estados Unidos.
A TT (Tourist Trophy) da Ilha de Man - situada entre a Irlanda e o Reino Unido - teve sua primeira edição em 28 de maio de 1907. De lá pra cá, só deixou de ser realizada por conta da Primeira e Segunda Guerras Mundiais e em 2001 pela epidemia de febre aftosa.
É considerada uma das corridas de moto mais prestigiadas e perigosas do mundo. Inclusive integrava o Campeonato Mundial de Motociclismo até 1976, mas já sofrendo boicote dos próprios pilotos, por questões de segurança.
Pudera, estamos falando de um circuito de 60 quilômetros em rodovias sem limite de velocidade e sem áreas de escape, cruzando por montanhas e vilarejos. Ao longo de seus 109 anos de tradição, vitimou mais de 200 competidores.

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