09/08/2017

ARA é referência estadual

30 anos de profissionalismo e credibilidade em campo

Arbitragem
30 anos de profissionalismo e credibilidade em campo
A Associação Regional de Árbitros completou, no dia 21 de agosto, três décadas de história no Vale do Taquari
Com uma lista de 80 nomes de profissionais, a Associação Regional de Árbitros (ARA) se mantém ativa e reconhecida por 30 anos no Vale do Taquari. Ela é responsável por escalar e fazer a arbitragem dos principais jogos de futebol de campo que ocorrem nas cidades da região, em especial a dos confrontos do campeonato regional.
Para atuar como árbitro é preciso fazer parte da ARA. A maioria das competições, hoje, selecionam profissionais de confiança e qualidade, e esse filtro já é feito pela associação. Para cada jogo são escalados três profissionais. Há fins de semana em que os 80 árbitros relacionados na lista trabalham.
Um dos grandes desafios da ARA, de acordo com o presidente Sérgio Scheibler, é renovar a lista com profissionais mais jovens. Ele conta que a maioria são veteranos e há, inclusive, árbitros com mais de 60 anos ainda na ativa, correndo quilômetros dentro de campo. “Precisamos encontrar pessoas interessadas na área para dar segmento à profissão, sob pena de faltar mão de obra para jogos no futuro.”
De acordo com Scheibler, não necessariamente ex-jogadores se tornam árbitros, mas, sim, amantes do futebol e conhecedores das regras. “Largamos familiares nos fins de semana, noites da semana e datas festivas para trabalhar. E isso está fazendo com que cada vez menos pessoas queiram entrar para esse ramo.”
Ele conta que os árbitros julgam 11 jogadores dentro de campo, mas fora são julgados por centenas de pessoas. “São três os quesitos básicos para seguir nessa carreira: é preciso ter preparo físico, preparo psicológico e muita coragem.” Diz que cada jogo é uma história, e mente quem não sente um frio na barriga em cada partida decisiva com campo lotado. Lembra que o “sangue frio” e a imparcialidade são essenciais.
Scheibler cita uma situação muito comum que ocorre na região contra os árbitros: as cobranças de favoritismo. Diz que assim como amigos são adversários em times opostos, os profissionais que julgam também sabem separar o que está no meio de campo. “É nossa profissão, e ali, no jogo, a amizade precisa ser deixada de lado e avaliadas as regras apenas. Somos autoridade.”
Alegrias e tristezas
O presidente diz que atuar nesse ramo traz muitas alegrias, como conhecer muitas cidades, pessoas e até campos de futebol diferentes. Contudo, destaca a violência que ocorre dentro de campo, tanto entre jogadores e torcida quanto aquela que atinge diretamente a arbitragem. “Cartão vermelho para eles.”
Entre as lembranças marcantes, o presidente conta que, certa vez, apitou um jogo em Venâncio Aires em um domingo, e, na segunda-feira, um torcedor que estava presente à partida, morador de Colinas, o encontrou em Lajeado em um mercado e o elogiou pela partida. “Duas pessoas de duas cidades diferentes estavam em uma terceira cidade, e ele se lembrou de mim e ainda me elogiou. Esse tipo de atitude é muito bacana.”
Quer ser árbitro?
A ARA procura jovens talentosos. Para fazer parte da equipe, são avaliados alguns quesitos básicos: conhecer as regras, gostar da arbitragem, ter vontade de trabalhar, preparo físico, preparo psicológico e coragem. Interessados que preenchem esse perfil podem entrar em contato pelo aralajeado@hotmail.com ou procurar a ARA pela rede social Facebook e deixar mensagem.
Principais datas da ARA
* 21 de agosto de 1986 - Foi criada a associação. O primeiro presidente foi Marlori da Silva.
* 18 de novembro de 1987 - Reeleita a diretoria.
* 6 de março de 1989 - Eleito o presidente Décio de Azevedo Silva.
* 23 de março de 1995 - Eleita nova direção sob o comando de Joacilo Weinch.
* 17 de novembro de 1995 - Jorge Luis de Freitas (“Taxa”) se tornou membro da ARA.
* 19 de dezembro 1996 - Leandro Vuaden (reconhecido nacionalmente) se tornou árbitro da ARA.
* 28 de novembro de 1997 - Jorge Luis de Freitas (“Taxa”) foi eleito presidente.
* 18 de novembro de 1999 - Taxa foi reeleito presidente da ARA.
* 16 de novembro de 2001 - Luiz Carlos Henz foi eleito presidente.
* 21 de novembro de 2003 - Taxa volta a ser eleito presidente.
* 24 de novembro de 2005 - Taxa foi reeleito.
* 13 de dezembro de 2007 - Paulo Rogério de Freitas foi eleito presidente.
* 12 de dezembro de 2009 - Paulo foi reeleito.
* 13 de dezembro de 2015 - Sérgio Artur Scheibler foi eleito presidente.
Atual diretoria da ARA
Presidente: Sérgio Artur Scheibler
Vice-presidente: Jorge Luis de Freitas
Primeiro-secretário: Lísio Marciano Jung
Segundo-secretário: Fernando Henz
Primeiro-tesoureiro: Paulo Rogério de Freitas
Segundo-tesoureiro: Mateus Selke
Conselho Fiscal titular: Volnei Freitas, Sérgio Dalmoro e Juarez Junior
Conselho Fiscal suplente: Sérgio Zanoni, Adão Santos e Felipe Rocha
Taxa reabriu a ARA
Ao se falar em Taxa no Vale do Taquari, todos saberão de quem se está falando. Jorge Luis de Freitas (53), o “Taxa”, é uma das pessoas mais conhecidas no ramo do futebol na região. Há 32 anos envolvido com arbitragem e há 26 anos com política, passa por muita gente e deixa suas marcas.
Ele começou a jogar futebol ainda piá, mas como tinha domínio dentro de campo e entendia tudo sobre regras - já que quatro tios e dois irmãos apitam jogos -, logo foi convidado a trabalhar como juiz dentro das quatro linhas.
Começou apitando aspirantes e logo depois já foi escalado para os jogos dos titulares. “Foi tudo ao seu tempo, e cada crescimento era um aprendizado e uma vitória para minha carreira.”
No começo, seu trabalho era feito todo particular. Ele ia até os presidentes de clube e acertava com eles o valor e o pagamento. O mesmo era feito por outros árbitros da região. Até que a diretoria da Aslivata o procurou e pediu para que organizasse uma forma de estruturar e facilitar o pagamento de árbitros. Foi aí que ele reabriu a Associação Regional de Árbitros (ARA), fechada havia anos.
Na entidade, ficou por 14 anos como presidente e trouxe Leandro Vuaden para apitar torneiros regionais. Hoje, permanece na diretoria e trouxe novamente um árbitro Fifa, Daniel Soder, de Venâncio Aires, para apitar torneios diferenciados do campeonato.
Segundo Taxa, o futebol e a política são suas grandes paixões na vida. Ela sai às 7h de casa para trabalhar e volta perto das 23h ou até mais tarde, depois de apitar os jogos da noite, e isso em praticamente todos os dias da semana. “Minha mulher, quando casou comigo, já sabia que essa era a minha vida e que eu amava tudo isso. Me entendeu, e, por isso, estamos muito bem juntos.”
Atualmente, Taxa segue sendo referência no quesito arbitragem, e, por isso, quase todos os presidentes de ligas e de clubes ligam para ele em busca de indicações.
Tuta, o fundador da ARA
Com o propósito de ajudar o esporte regional, Marloni da Silva (70), o “Tuta”, e um grupo de amigos árbitros fundaram a ARA, há 30 anos. O grande sonho no começo era apitar campeonatos regionais, o que hoje está marcado e concretizado no grupo.
Tuta deixou a associação há 22 anos, quando tinha 49 anos, e diz que parou para descansar e deixar outros profissionais mais jovens assumirem a associação. Segundo ele, na época, havia muita concorrência e grande procura de jovem com interesse em apitar jogos. “Hoje, me parece que faltam jovens, mas, na época, quem não era do futebol, queria ser juiz.”
Para fundar a ARA, se uniram 15 árbitros com curso da federação gaúcha. Além de apitar, davam aulas de arbitragem na região.
Parcerias de sucesso
Criada com o intuito de organizar o serviço de arbitragem do Vale do Taquari, a ARA tem cumprido seu papel. Três presidentes de ligas e o presidente da Aslivata confirmam a excelência no atendimento e trabalho prestados e dizem que, em decorrência disso, ainda escolhem a ARA no lugar de associações da capital.
Para o presidente da Liga Arroio-Meense de Futebol Amador (Lafa), Fábio Bruxel, a ARA agiliza e facilita todo o processo de arbitragem. Com a parceria entre a associação e a liga, basta apenas um telefonema, normalmente para o Taxa, que no dia da rodada sempre tem profissionais capacitados dentro de campo. “Eles mesmos fazem a escalação. Nossa única função é avaliar e depois pagar.”
O presidente da Liga Lajeadense de Futebol Amador (Lilafa), Darlei Christ, confirma o que Bruxel disse e acrescenta que muitas outras associações, de todo o Estado, buscam se inserir na região, mas a preferência é pela ARA, por ser daqui e pela qualidade já conhecida. Já para o presidente da Liga Cruzeirense de Futebol Amador (Licrufa), Paulo Ricardo Schneider (“Nevada”), a parceria entre liga e ARA é antiga e importantíssima para um bom desenvolvimento de um campeonato. “Até porque é o juiz que estará dentro de campo avaliando o jogo e, por isso, precisa ser um bom profissional para que não haja erros.”
Para Volnei Kochhann, presidente da Associação das Ligas do Vale do Taquari (Aslivata), “a entidade sente um imenso orgulho, por meio de sua diretoria e ligas filiadas, em poder compartilhar a trajetória dos 30 anos de existência da ARA, entidade pioneira na região e que presta grandes serviços na condução de jogos, já que uma das suas prioridades é cada vez mais se especializar, proporcionando uma segurança e credibilidade nas competições de que participa”. Kochhann aproveita para parabenizar a direção e o quadro de árbitros pelo 30º ano de fundação e salienta: “Nosso desejo é que possamos estar juntos por muitos e muitos anos, levando a alegria do esporte às nossas comunidades”.
Comemoração
A Associação Regional de Árbitros (ARA) realiza, no dia 23 de setembro, às 20h, na sede social do Lothar Johann, no Bairro Florestal, um jantar em comemoração à passagem dos 30 anos de fundação. Além dos integrantes da entidade e seus familiares, estarão presentes autoridades, imprensa e ex-dirigentes da associação.
Fonte texto: Carine Krüger

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