08/08/2017

Lucian Nicaretta

O cara que sabe fazer gols

Artilheiro
O cara que sabe fazer gols
Lucian Nicaretta, 26 anos, soma mais de 300 gols em sua carreira e é o artilheiro dos últimos cinco campeonatos da Primeira Divisão do Clube Tiro e Caça (CTC), de Lajeado
O cara é “o cara” dentro de campo quando se fala em gols. Força e agilidade são seus principais truques para contabilizar mais de 300 bolas dentro da rede. Lucian Nicaretta, 26 anos, é um dos maiores artilheiros dos campeonatos do Clube Tiro e Caça (CTC), de Lajeado, e repete a escrita há muitos anos pelas divisões pelas quais passa.
Só nos últimos cinco anos foi artilheiro invicto, com um saldo de 111 gols na Primeira Divisão. “Gosto de marcar gols e ver a torcida vibrando. Por isso, meu esforço sempre é dobrado em cada partida.”
Nicaretta começou a jogar futebol aos 10 anos. Ingressou em uma escolinha no Clube Sete de Setembro, na categoria fraldinha. Ele era lateral direito, mas foi só marcar seu primeiro gol que já se encantou e mudou de função para ser centroavante.
Aos 13 anos, ele ganhou os títulos que considera como os mais importantes em sua história como boleiro: ficou campeão gaúcho de futebol 11 na categoria 88 e vice-campeão gaúcho de futebol 11 na categoria 89. “Não tenho uma lista vasta de títulos, mas esses dois já me deixam muito feliz porque jogar contra times como Grêmio e Inter e receber um certificado da Federação Gaúcha é muito importante.”
Esses títulos o fizeram persistir no futebol, e começou a jogar em times maiores como o Lajeadense e o Estrela. Logo fez um teste e foi aprovado para jogar no Figueirense. Mas seu começo de carreira profissional foi curto. Conta que um dia, quando estava treinando, o avisaram que a casa da mãe havia sido assaltada e teriam levado tudo. Só com as roupas do corpo, Nicaretta resolver largar o futebol profissional e voltar para Lajeado com sua mãe.
Na cidade, sem perspectivas de voltar para times grandes, resolveu seguir com sua grande paixão: o futebol. O artilheiro, então, ingressou no mercado amador do futebol.
Começou sua carreira no CTC, no time Atlanta Junior, e ficaram campeões naquele ano. Como se saiu muito bem durante a temporada, o convidaram para jogar na Terceira
Divisão, com o Atlanta adulto, e assim começou sua trajetória como artilheiro.
No ano seguinte, ele já montou um time, Dream Team, com um grupo de amigos, para jogar a Primeira Divisão. “Era só gurizada top, com muita energia e disposição.” Mas acabaram ficando vários anos em 2º lugar.
Ele seguiu sua carreira assim, entre os times do clube. Depois, participou um ano do campeonato com o Só Bala e ficou campeão. No ano seguinte, retornou novamente para o Dream Team, perdendo a final para o Só Bala e caindo fora do torneio.
O grupo de amigos resolveu reconstruir o Dream Team e começou de novo da Quarta Divisão, vencendo ano após ano, e Lucian sempre sendo o artilheiro. E este ano, já disputam novamente a Primeira Divisão.
O desejo do pai
Nicaretta conta o último pedido do pai, em 2011, antes de sua morte. O rapaz estava disputando a final do Municipal de Lajeado pelo Carneiros, e seu pai estava internado no hospital muito doente. “Meu pai não era muito de torcer, mas, na semana que ia disputar o título, me chamou no hospital e disse: “Filho, fica campeão e traz a camisa pro pai”. Eles ficaram campeões, e ele cumpriu o prometido. Hoje, a camisa está enterrada, dentro do caixão do pai.
Segredo de ser artilheiro
Lucian Nicaretta diz que, para fazer gols, se deve persistir dentro de campo e acreditar em cada uma das jogadas. Alega que é preciso ver e aproveitar as oportunidades que se recebe de um colega dentro de campo porque, segundo ele, uma simples jogada pode valer um gol e uma decisão de um campeonato.
Ele conta que o modo de jogo dele todos conhecem e aceitam. “Não sou um cara que fica correndo atrás da bola; eu quero fazer o gol da partida e preciso da ajuda da equipe. Sou uma cara que fico dentro da área e preciso receber as jogadas.”
Ele ri quando define seus gols e afirma que centroavante precisa bater para o gol. “Não tenho gol bonito na minha carreira. É gol de nariz, orelha, peito, sem querer, bico... Não tenho firula, mas faço gol, e é isso que importa.”
Perfil dos gols
Nicaretta bate firme e forte na bola. “Bater forte dificulta a defesa. O goleiro pode até defender, mas, muitas vezes, acaba ele mesmo colocando pra dentro com o desvio.” Salienta que quem quer fazer gols precisa arriscar sempre e lembra que a torcida espera por esse momento e também sabe cobrar muito bem.
Gol que mais o marcou
Ele destaca dois momentos: um gol decisivo na final da Copa Serrana de Venâncio Aires, pois era um momento especial para o time, que ainda não tinha aquele título, e o outro foi feito em maio deste ano, em um campeonato municipal de Boqueirão do Leão. “Fui chamado para jogar uma partida. Tinha que dar boa impressão. Quando cheguei ao local, estava tudo lotado de torcedores, incrível! Cheguei ao vestiário e só atiraram a camisa e disseram pra eu entrar e fazer gols.” O time ganhou por 5 a 0 do São Roque, que só tinha boleiros de Guaíba.
Municipais
Por uma decisão particular que envolve seu trabalho e disputas dentro de campo, Nicaretta não jogará mais os campeonatos municipais de Lajeado. Segundo ele, seguirá somente em cidades da região. “Assim, aproveito para conhecer mais pessoas e ainda me ajuda comercialmente no meu negócio.”
Títulos
- 2004 campeão gaúcho de futebol 11, categoria 88
- 2004 vice-campeão gaúcho de futebol 11, categoria 89
- Campeão de diversas divisões dos campeonatos do Clube Tiro e Caça e Sete de Setembro
- Campeonatos de verão
- Campeão municipal de Lajeado pelo Carneiros
- Campeão municipal de Lajeado pelo Santo André
- Campeão da Copa Serrana em Venâncio Aires
Fonte texto: Carine Krüger

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