04/08/2017

William Bizarro

Ele queria apenas perder peso, mas descobriu sua profissão

Ele queria apenas perder peso, mas descobriu sua profissão
Aos 15 anos, William Giovane Bizarro Scheibel, 26 anos, o Bizarro, ingressou nas aulas de muay thai. De aluno, virou mestre
Transformar a gordura em massa magra. Este é um dos principais motivos que leva boa parte das pessoas a procurar por alguma atividade física. Aos 15 anos, William Giovane Bizarro Scheibel, 26 anos, o Bizarro, resolveu eliminar os quilos indesejáveis. Ao caminhar pela rua, ele conta que uma “bateção” chamou a sua atenção e, desde então, passou a frequentar as aulas de muay thai.
Na época, com 1,77 metro e 84 quilos, sua meta era perder peso, mas nem no seu pensamento mais otimista, imaginou que ao completar 26 anos, estaria exatamente com os mesmos 84 quilos, entretanto, com uma altura de 1,85 e com um corpo sadio e de atleta. “Meu objetivo principal foi alcançado, mas fui gostando tanto de tudo o que aprendia, que o muay thai se tornou mais que uma forma de perder peso.”
Desde janeiro de 2015, Bizarro é professor de muay thai na Academia Sport Life, mas foram anos de esforço e dedicação até esta conquista profissional. “Sempre tive facilidade em aprender tudo o que meu professor, na época, explicava. Lembro o dia em que ele me disse que eu era diferenciado.” Bizarro diz que aquela frase marcou, positivamente, a sua vida. “Até então, nunca havia escutado que era bom em um esporte. Foi como se tivesse descoberto o meu dom.”
Após três anos de treino, o aluno foi convidado para participar da primeira luta do currículo. “Participei de uma luta antes de entrar no amador, em 2007.” Bizarro diz que não estava preparado para o combate, pois o ideal é o atleta sempre passar por um período de aprendizagem, o que ocorre com os competidores de lutas amadoras, para então ser possível ingressar em duelos profissionais. “O diferencial da minha carreira foi ter trocado de academia e ter tido a oportunidade de aprender com ótimos profissionais.”
Um novo começo
Convicto de que o muay thai era a atividade que mais lhe dava prazer, Bizarro passou a treinar, em 2009, na Nitro Team, em Montenegro, com o mestre Gustavo Kuhn. “Busquei conhecimento fora de Lajeado, pois queria aprender tudo o que precisava.”
Desde então, o atleta passou a dividir o tempo entre os treinos e as responsabilidades como funcionário da empresa de consertos do pai, Ricardo Scheibel. “Ele que me levava, três vezes por semana, para Montenegro. Meu pai sempre foi o meu grande incentivador, se não fosse ele, nada teria acontecido.”
Entrosado na Nitro Team, Bizarro passou a participar, entre 2009 e 2012, de lutas amadoras. “Sempre digo que foi uma escola, uma verdadeira preparação.” Em um dos confrontos, uma joelhada afastou o atleta das competições. “Tive uma fissura na costela e precisei ficar três meses parado, sendo que no primeiro mês, o repouso era absoluto.”
Mesmo após viver meses de angústia por não poder treinar, Bizarro garante que a luta foi muito boa. “O medo anda junto com a gente, mas no momento da luta a adrenalina é tão grande por estar fazendo o que eu amo, que a coragem sempre se sobressai ao medo.”
O atleta conta que já lutou com o bicampeão Mundial de muay thai. “Foi em um Campeonato Gaúcho, considerado amador, pois era sem proteção e não contava como card.” Bizarro perdeu nos pontos, mas guarda com carinho esse momento marcante da sua carreira. “Encaro as derrotas como aprendizado.”
Lutas profissionais
Bizarro já participou de sete duelos profissionais e venceu seis. “Sempre tive adversários de alto nível. Foram quatro nocautes, duas vitórias por pontos e uma derrota.” Bizarro diz que sempre manteve o foco nas competições, exceto quando sua namorada terminou o relacionamento a duas semanas de uma luta e ele amargou sua primeira derrota.
“O primeiro round não lembro. Não percebi que estava lutando, travei mesmo.” Já no segundo round, o atleta estava perdendo, novamente, quando tomou uma cotovelada na testa e acordou. “Daí já era tarde, pois estava no fim.”
Entretanto, o terceiro round foi de Bizarro. “Quero esquecer esses momentos ruins. Voltei a treinar, me sinto bem fisicamente, mas não vou lutar enquanto não estiver bem de cabeça.” O atleta garante que a vida segue e que, aos poucos, tudo voltará ao normal. “Estou focado no meu trabalho e nas aulas com os meus alunos.”
Vivendo uma nova fase em sua vida, Bizarro pensa em cursar, no segundo semestre, Educação Física. “Quero concluir meus estudos.” Além disso, sonha em participar de um evento fora do país. “Hoje vejo que não é impossível e que isso está perto de acontecer.”
Para honrar o auxílio de seus apoiadores, o atleta diz que mantém vários cuidados com a sua saúde, principalmente no que diz respeito à alimentação. “Tenho acompanhamento nutricional com a Gabriela Brum.” Sem abrir mão de um doce e uma cerveja, de vez em quando, Bizarro defende o consumo de forma moderada. “Procuro levar uma vida normal, sem me privar de tudo.”
Além da nutricionista, o lutador possui o apoio do fisioterapeuta, Felipe Graziola, da Academia Cross Fit, Sport Life e Nitro Team, das cidades de Montenegro e Lajeado.
Texto: Carolina Gasparotto

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