04/08/2017

Gi, Neguinho, Vini e Dani

O que o skate uniu, ninguém separa

O que o skate uniu, ninguém separa
Amigos de longa data, Gi, Neguinho, Vini e Dani se encontram, pelo menos, duas vezes por semana, na pista improvisada do Parque do Imigrante
O skate conquista, dia após dia, o seu espaço. Mas assim como na década de 1980, quando o esporte foi caracterizado por uma explosão de rampas de madeira feitas pelos próprios skatistas em ruas, praças e quintais de casa, há alguns dias, os amigos Giovane Martins, 29 anos, o “Neguinho”; Giovane Giovanella, 26 anos, o “Gi”; Leonardo Vinícius Rezende dos Santos, 27 anos, o “Vini”; e Daniel Soares, 21 anos, o “Dani”, começaram, do zero, a dar ao pavilhão 4 do Parque do Imigrante uma cara de pista de skate.
Como o local é dividido com um grupo da patinação, os obstáculos precisam ser móveis, mas isso não é problema para os amigos, que, aos poucos, deixam o local com a cara que precisa para garantir o bom desempenho nas manobras. “Ter esse espaço foi uma grande conquista para nós, pois a estrutura da pista do Parque dos Dick é precária. Entre outros problemas, está a falta de iluminação”, explica Neguinho.
No Parque do Imigrante, é possível andar em dias de chuva, o que é inviável no Parque dos Dick, além disso, os amigos elogiam o piso do pavilhão, que, segundo eles, é bastante apropriado para a prática esportiva. “Desde que estamos aqui, trabalhamos para melhorar nossa estrutura. Fazemos vaquinhas, compramos materiais e construímos alguns obstáculos”, conta Neguinho ao afirmar que os skatistas estão satisfeitos, mas sempre em busca de melhores condições.
Além de Gi, Neguinho, Vini e Dani, utilizam o espaço outros skatistas, amigos “das antiga”. São eles, Ismael Sott, Samuel Zanchettin, Gui Marobim e DJ. “Todos nós estávamos na luta por um espaço. Agora, tem uma gurizadinha que também usufrui o local e anda durante o dia”, afirma Gi.
Skatista há 15 anos
Neguinho anda de skate desde os seus 14 anos. Começou na prática esportiva por influência dos amigos e já logo no início fez questão de ter o seu shape, as suas rodinhas e todos os materiais necessários para andar. “É um esporte que me traz paz, foco e um prazer de fazer o que eu gosto.”
O skatista conta que seu objetivo nunca foi dar ênfase a campeonatos, mas que participou de alguns realizados em Lajeado. “Uma vez teve uma turnê, em Lajeado, de uma equipe profissional de skate, que veio fazer demonstrações. Ficamos maravilhados e acompanhamos os caras em todos os lugares que eles foram (risos).”
O veterano diz que o skate é como se fosse o tênis de uma pessoa. “Cada um tem o seu, ajusta como gosta de usar e escolhe o que vai usar, por isso, ninguém gosta de emprestar.” Neguinho diz que nunca conseguiu deixar de ter skate e que o equipamento já foi inúmeras vezes o seu meio de transporte para vários lugares. “É um dos mercados que mais movimentam a economia da cidade.”
Respeito em qualquer lugar
Gi anda de skate desde os seus 15 anos, parou por algum tempo, mas sempre foi um incansável na luta por melhores condições e conquista de um espaço para o grupo de Lajeado. “Skate é lazer, é meu momento sozinho, de me concentrar nas minhas coisas, além de ser um esporte em forma de exercício.”
O praticante diz que o aprendizado é constante e que em qualquer lugar que um skatista vá, ele sabe que o princípio básico para entrar na pista é o respeito. “Todo mundo chega, observa o fluxo e só então entra no espaço. É uma comunicação bem natural.”
Gi acrescenta que no skate não existe espírito competitivo e sim de cooperação e de estímulo para que um iniciante, por exemplo, não desista só porque não deu certo na primeira vez.
Texto: Carolina Gasparotto

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