04/08/2017

Alan Daniel Brenner

Piloto lajeadense sonha em ser campeão de veloterra

Piloto lajeadense sonha em ser campeão de veloterra
Alan Daniel Brenner, 20 anos, segue os passos do pai. Desde pequeno, ele trabalha em busca do seu espaço e, aos poucos, começa a melhorar seu desempenho nas pistas
De carregador de equipamentos a piloto de veloterra. A ligação de Alan Daniel Brenner, 20 anos, com o mundo das motocicletas já estava feita antes mesmo dele nascer. Seu pai, Luís Carlos Brenner, possui algumas empresas e entre elas está a Valecross Concessionária Honda. Não bastasse isso, Brenner sempre foi um apaixonado pelas pistas, amor que contagiou o filho desde a infância, na época em que ele era apenas o ajudante de seu herói.
Alan diz que sempre acompanhou o pai durante os seus treinos e competições e não se importava de carregar os equipamentos, pelo contrário, era fascinado por aquele mundo de velocidade, adrenalina e disputa sadia. "Sempre gostei de tudo isso, assistia na televisão e imaginava o dia em que também poderia competir."
Como Brenner patrocinava algumas competições, Alan também aproveitava esses momentos para ficar mais próximo das motocicletas. "Lembro que tinha 3 ou 4 anos e já estava no meio." O jovem recorda que em um Campeonato Brasileiro, no município de Carlos Barbosa, além dele e do pai, a mãe e a irmã Kátia também se fizeram presentes. "Tivemos muitos momentos em família nessas competições, em que meu pai competia ou patrocinava."
Com 9 anos, Alan ganhou de presente a sua primeira motocicleta. "Sempre queria ter uma, mas não queria pedir." Era sábado de manhã quando o garoto ouviu o ronco do motor e saiu correndo até a garagem. "Meu pai me fez uma surpresa, era uma CR85R rebaixada." À tarde, pai e filho saíram em direção ao Bairro Carneiros, onde a mãe (já falecida) de Brenner residia. "O pai andava na minha garupa, lembro que a gente descia o morro com a moto desligada e só ligava para subir."
Depois disso, foi a vez de aprender a trocar as marchas e em pouco tempo Alan já estava familiarizado com o seu novo "brinquedo". "Logo em seguida, comecei a andar nas pistas de Forquetinha." E foi em Teutônia que o jovem participou de sua primeira corrida, somente com meninos da mesma idade. "Com 11 anos eu ía com o meu pai no regional de Cross Country, em que cada um andava na sua categoria."
Altos e baixos
Com a mesma idade, o jovem piloto machucou o joelho em um acidente. Ele precisou passar por três cirurgias e ficar quase dois anos longe das pistas. "Quando voltei não tinha mais moto, pois ela havia sido vendida, então, passei a andar com a do meu pai." No mesmo período, Brenner se afastou das competições devido a problemas de saúde.
O retorno de Alan foi gradativo. "Voltei a treinar, mas sem participar de corridas." Meses depois, o jovem participou do veloterra, em que disputava com garotos mais velhos com a finalidade de participar. "Na categoria 250 e trilheiros consegui o segundo lugar, mesmo sendo o único da minha idade."
Mais maduro, com 14 anos, Alan resolveu que precisava investir em cursos para aperfeiçoar a sua técnica durante as corridas. "Fiz dois cursos, um em Lajeado e outro em Caxias do Sul." Então, em 2012, o jovem ganhou uma CRF250R para começar o trabalho na segunda categoria mais forte - perde apenas para a 450. "Continuei no mesmo campeonato, larguei na frente na categoria iniciantes, caí e me machuquei, mas consegui terminar a corrida."
Alan recorda que, na época, sempre fazia largadas boas, mas não conseguia bons resultados. "Ía mais para me divertir mesmo, pois não tinha alguns cuidados que tenho hoje, com relação ao preparo físico, que é essencial para qualquer competidor."
Momentos da carreira
No final de 2012, Alan largou na frente na última etapa e ficou com o troféu de primeiro lugar. "Meu pai sempre me disse que mais importante que o resultado é tentar não se machucar, mas vencer é muito bom." Naquele momento, o jovem diz que jogou a moto longe e foi abraçar forte o seu maior incentivador. "Ele estava mais feliz do que eu."
Em 2013, o piloto decidiu parar de andar para dar atenção aos estudos e ao trabalho. Mas, no final de 2014, comprou uma CRF230. "Investi em uma nacional, mas ela demorou para chegar e não deu tempo para pegar ritmo." Assim, Alan disputou várias etapas do campeonato e sempre chegou muito perto da vitória, com terceiros e segundos lugares. "Na quarta etapa larguei em segundo lugar e estava chegando no primeiro, quando bateu uma pedra no meu óculos e deixei de ganhar a corrida."
Outro episódio que Alan lamenta é sua participação na etapa em Santa Clara do Sul, quando largou em décimo e na última curva passou o terceiro colocado. "Quebrei o dedo da mão e do pé em 2015, o que também prejudicou a sequência do meu trabalho em prol de melhores resultados nos campeonatos."
Neste ano, o competidor participou da primeira etapa do Campeonato Centro Serra de Veloterra, no município de Montenegro, e promete participar de todas as etapas em busca do troféu de campeão, lembrando que normalmente ocorre uma corrida por mês. "Larguei em primeiro lugar. Comecei a me acertar com as minhas largadas, errei algumas marchas, dois me passaram, o segundo caiu, desviei, caí também, mas ainda consegui ficar com o terceiro lugar."
Projetos para o futuro
Alan diz que projeta construir, este ano, uma pista nas terras da sua falecida avó. "É o que mais gosto de fazer, penso em moto o dia inteiro." A frase do atleta faz sentido, pois durante a semana ele trabalha na Valecross, no atendimento da oficina.
Assim, ele divide seu tempo com os estudos, pois cursa o 5º semestre em Engenharia de Produção na Univates, além de fazer academia três vezes por semana e treinar outras duas vezes com a moto. "Às vezes, ainda faço corrida na esteira ou na rua. Estou bem focado este ano."
O piloto diz que o veloterra é encarado como um hobby, pois os custos para manter tudo são altos. "Recebo o apoio do meu pai, mas os equipamentos para mim e para a moto faço questão de pagar. Gasto boa parte do meu salário com isso." Para o futuro, Alan diz que gostaria de participar de competições no motocross e também do regional Gaúcho.
Enquanto isso, diz que continua a se espelhar no estilo de pilotagem de Ryan Dungly e no melhor amigo. "Até meus 18 anos praticamente todos os meus sábados passei ao lado do meu pai, um cara por qual tenho um grande respeito e admiração."
Texto: Carolina Gasparotto

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