04/08/2017

Tiago Wiebbelling

Lajeadense encara a adrenalina das pistas de motocross

Lajeadense encara a adrenalina das pistas de motocross
Com apenas 7 anos de idade, Tiago L. Wiebbelling, 31 anos, ganhou de presente uma minimoto e foi com ela que participou da sua primeira competição
Quando uma loja de Lajeado resolveu apostar na venda de minimotos e levar um exemplar até a empresa da família, Tiago L. Wiebbelling nem sonhava que, a partir daquele exato momento, sua história no motocross começava a ser escrita. Com apenas 7 anos de idade e sem nem ao menos saber andar de bicicleta surgiu um acordo entre pai e filho.
O proposto pelo pai era que, se o filho conseguisse andar na minimoto, o presente estaria garantido. “Subi na moto e saí andando na primeira tentativa.” Acostumado com o seu novo brinquedo, em pouco tempo Tiago fez questão de participar do seu primeiro campeonato. “Minha primeira prova foi em Lajeado mesmo, no Parque do Imigrante.”
A organização do evento ficou por conta da loja que vendia as minimotos na cidade e região, pois, na época, a pequena motocicleta virou febre entre os meninos. “Com o apoio da prefeitura e de simpatizantes do esporte ocorreu a competição, que era dividida por categorias, entre idade dos participantes e tamanho das minimotos.” Em sua categoria, Wiebbelling faturou o 3º lugar.
Mas isso só foi possível porque o lajeadense teve o apoio incondicional dos pais. “Eles gostaram da ideia e viram a minha felicidade ao andar de moto.” O fato de a cidade ter, na época, um piloto famoso e campeão de motocross também influenciou na escolha do garoto. “Tudo isso, além da minha paixão à primeira vista pela moto, me levou às competições infantis.”
Adrenalina nas veias
Aos poucos, a brincadeira de criança e o esporte foram ficando mais sérios, momento em que o atual administrador de empresas investiu em competições estaduais e também em nacionais. “Comecei a pegar realmente o gosto pelo esporte, pela adrenalina que ele proporciona, além de ficar mais competitivo.”
Durante esse período de transição entre a infância, a adolescência e a fase adulta, Wiebbelling diz que tudo o que tinha ligação com duas rodas se tornou uma paixão em sua vida: “Desde filmes até brinquedos”. Ele afirma que durante o seu crescimento foi possível perceber o quanto gostava de uma emoção a mais. “Da adrenalina de acelerar a moto, de saltar os obstáculos, adrenalina das corridas, das largadas e dos pódios.”
O lajeadense explica que quando se vive o dia a dia do motocross tudo é em função disso. “Eu não via a hora de ir treinar durante a semana, viajar para competir e encontrar os amigos do motocross nos fins de semana.”
Trajetória
No histórico, Wiebbelling tem participações em campeonatos regionais, Campeonato Gaúcho, Campeonato Brasileiro, Campeonato Sul-Brasileiro, algumas etapas no Uruguay e na Argentina. Ele foi seis vezes campeão gaúcho de motocross, bicampeão gaúcho de supercross, campeão sul-brasileiro de motocross, duas vezes vice-campeão brasileiro e campeão gaúcho de supercross praia. “Com certeza, os maiores desafios foram nos campeonatos brasileiros, pela dificuldade de pouca estrutura da equipe, pistas muito diferentes das que tínhamos para treinar no Estado e também pela qualidade e experiência dos adversários.”
Wiebbelling diz que encontrou dificuldade em conciliar o esporte e os estudos, mas o mais preocupante sempre foram os altos custos para participar de campeonatos de alto nível. “Na verdade, quando parei de andar como ‘profissão’, com 17 anos, quase 18, a falta de um patrocinador forte do segmento off-road pesou muito.” Hoje, conforme o lajeadense, o esporte é levado mais a sério no país. “Muitos pilotos já vivem disso, e até mesmo a televisão faz cobertura de muitos eventos, dando, assim, mais espaço ao motocross.”
Entre tantas experiências vividas, o atleta diz que todas as disputas dentro das pistas foram especiais por algum motivo e que o respeito e o carinho por todos os adversários sempre prevaleceram. “No Campeonato Gaúcho, eu tinha um rival em especial, as disputas eram acirradas e muito disputadas. Lembro de algumas incríveis.”
Mas a trajetória também teve seus momentos difíceis. “Também foi bastante marcante uma perda de título brasileiro, em que acabei caindo na última etapa e perdi a chance de ser campeão.”
Motocross como hobby
Atualmente, Wiebbelling encara o motocross como um hobby e recebe o apoio de algumas empresas e amigos, tais como Areia Lajeadense, Ferrum Esquadrias, Mundiwind, Supermercados Glucostark, Mayerle e Bitinga Suspensões. “Voltei a andar para sentir todas essas emoções novamente, mas sem aquele compromisso de títulos, resultados e vontade de virar um piloto profissional.”
Para competir, ele procura treinar na pista pelo menos uma vez por semana, além de dedicar algumas horas à prática esportiva no fim de semana. “Faço academia, treinamento funcional, corro e ando de bike quando tenho tempo, além disso, faço acompanhamento alimentar.”
Quando está fora das pistas, Wiebbelling gosta de acompanhar o trabalho de outros atletas do meio. “Admiro muito o talento e dedicação do amigo Enzo Lopes. Gosto muito, também, do piloto alemão Ken Roczen, que acompanho nos campeonatos americanos de motocross e supercros sempre quando posso.”
O lajeadense diz que já teve muitos ídolos no esporte. “Também admiro e torço muito pelo amigo e companheiro Henrique Henicka. Esse moleque tem talento e futuro no esporte. Ele é um pilotinho de 11 anos aqui da cidade de Lajeado.”
Texto: Carolina Gasparotto

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