03/08/2017

Lauri Pavi Júnior, o “Juninho”

Ele sonha atuar em algum time que disputa a Série A do Campeonato Brasileiro

Pés no chão e olhos no futuro
Após seu desligamento do CE Lajeadense, Lauri Pavi Júnior, o “Juninho”, 24 anos, aguarda uma oportunidade para voltar a fazer o que mais ama: jogar futebol
Ele sonha atuar em algum time que disputa a Série A do Campeonato Brasileiro, de preferência no clube do coração, o Internacional. Como todo bom jogador, sabe bater com as duas pernas e se sobressai fisicamente pela força e resistência que apresenta durante os 90 minutos dentro de campo. Natural de Lajeado, Lauri Pavi Júnior, o “Juninho”, 24 anos, descobriu o seu dom com a bola nas escolinhas cariocas.
Dos 4 aos 8 anos, ele residiu no Rio de Janeiro, onde costumava jogar futebol de areia. Mais tarde, já com 9 anos, voltou para a terra natal e logo ingressou no time de futsal do Centro Esportivo Municipal (CEM) Mário Lampert. No time, foi destaque nas partidas disputadas no Campeonato Piá.
Na época, o futebol já era visto pelo garoto como uma opção de profissão para o futuro. “Desde os meus 5 anos, sempre comentava com a minha mãe que seria um jogador de futebol e chegaria à Seleção Brasileira.” Assim, o esporte se tornou cada vez mais presente na vida de Juninho. Prova disso é que, aos 12 anos, ele passou a integrar a Escolinha do Clube Sete de Setembro, na qual disputou Estaduais na categoria infantil.
Juninho teve uma rápida passagem pela escolinha do Rui Barbosa, em Arroio do Meio e, logo depois, retornou à Escolinha do Sete, onde permaneceu até os 16 anos, quando participou de um “peneirão” no Clube Esportivo Lajeadense. Na época, Gelson Conte comandava a equipe, e, com o sinal de positivo do professor, o atleta passou a vestir a camisa do Alviazul e disputou o Gaúcho Juvenil de 2007. No ano seguinte, atuou no Encantado e, em 2009, no time júnior do Novo Hamburgo.
Em 2010, o caminho de Juninho ganhou outro rumo. Ele teve a chance de jogar em Santo Ângelo e disputar a divisão de acesso do campeonato, em que dividia o dia entre os treinos com a equipe júnior e a profissional. “Infelizmente, perdemos nas quartas para o Internacional.” De volta a Lajeado, o atleta participou, em 2011, de um novo “peneirão” no Lajeadense, mas desta vez para atuar nos juniores. “Quando acabou o campeonato, recebi uma proposta para jogar na Alaf.”
No campo e na quadra
Assim, Juninho passou também a atuar nas quadras. “Na Alaf, recebi o primeiro salário da minha carreira.” O time chegou até as quartas da Série Ouro do Campeonato Gaúcho. “Perdemos para a Assoeva na prorrogação, estava 3 a 3 quando eles fizeram um gol faltando 22 segundos para terminar a partida”, recorda.
Em 2012, o jogador renovou, por mais um ano, o contrato com a equipe de futsal. “Foi o ano em que mais joguei e mais aprendi.” Juninho diz que sua dedicação foi total, e sua estrela começou a brilhar cada vez mais, pois os torcedores já comentavam sobre as suas habilidades com a bola, por ser um pivô rápido, com bom de dribles, movimentação e velocidade. “No fim de 2012, saí da Alaf, pois tinha uma proposta para jogar em Portugal.”
Mesmo com a carta do clube em mãos, a ida para Portugal acabou não dando certo. “Em 2013, resolvi para de jogar futebol profissional.” Mas a pausa foi rápida, pois a convite do amigo Alexandre Sebben, Juninho rumou para Santo Ângelo, onde assinou o seu primeiro contrato como jogador profissional de futebol. “Não joguei muito, mas pude aprender bastante, pois treinava com atletas de alto nível.” A equipe disputava a divisão de acesso, mas perdeu na semifinal.
Com o contrato encerrado, Juninho buscou mais experiência em Goiânia, onde atuou no time titular e teve bom desempenho. “O clube disputava a Terceira Divisão, e por dois pontos não conseguimos subir para a Segunda.” De volta a Lajeado, no início de 2014, o atleta voltou a atuar no futebol amador, desta vez no Jardim do Cedro. Em 2011, ele defendeu a camisa do União Campestre, no Regional, com direito a gol na final. O clube faturou a taça de campeão.
Durante suas atuações no amador, Juninho voltou a jogar na Alaf, onde ficou durante um mês e meio. “Nesse momento, tive a oportunidade que tanto queria, jogar no time profissional da cidade.”
Da base para o profissional
No ano de 2014, as coisas começaram a se ajeitar na vida profissional do atleta. “No começo, foi bem difícil, pois eu era, até então, desconhecido. Tive que buscar meu espaço aos poucos.” Com boas atuações nos treinos coletivos e com alguns gols anotados, Juninho passou a ser relacionado para os jogos. “Minha estreia foi nas quartas da Copa Fernandão, quando a partida estava 0 a 0 e conseguimos abrir o placar.”
Juninho conta que, aos poucos, foi ganhando a confiança do treinador Winck e teve a oportunidade de atuar em duas partidas da Supercopa. “Foi um ano bastante positivo para o Lajeadense, pois conquistamos três competições: Copa Fernandão, Copa Sul-Fronteira e Supercopa Gaúcha.”
No fim do ano, o jogador teve o seu contrato renovado por mais 12 meses. Já em 2015, ele foi relacionado para dois duelos do Gauchão e, antes do término do campeonato, foi emprestado para o Santa Cruz, quando que vestiu a camisa 10. “Disputamos a Segunda Divisão, consegui fazer dois gols no jogo contra o Rio Grande e livrar o Santa Cruz do rebaixamento.”
Quando retornou para o Lajeadense - seu contrato era até o fim de 2015 -, Juninho disputou a Série D do Brasileirão. “Um colega do time se machucou, fiz a lateral de improviso e me destaquei no treino.” Depois disso, o jogador passou a ser utilizado como lateral, atuou na Copinha e teve sua estreia na Série D na partida contra o Metropolitano. “Caímos fora nas quartas, com um público de 20 mil pessoas no estádio.”
2016, o ano de Juninho
No mesmo ano, o Lajeadense faturou o título de campeão da Copa Luiz Fernando Costa e, no fim de 2015, Juninho teve seu contrato renovado por mais seis meses. Já em 2016, o jogador fez 11 partidas no Gauchão como lateral e meia. “Viver a competição é muito diferente do que acompanhar pela televisão. Nunca tinha tido essa sensação, de saber que todos estavam me vendo. Foram momentos muito especiais.”
A estreia no Gauchão foi contra o Juventude, mas Juninho também atuou, entre outros times, contra o Internacional e Grêmio. “Uma das minhas melhores partidas foi contra o Colorado.” Já no duelo com o Tricolor, o jogador chamou a atenção de um empresário que o parabenizou no final da partida. “Recebi um convite para conversarmos em Porto Alegre.”
Desde então, Vinícius Prates, que é empresário de Leandro Damião, passou a cuidar dos interesses de Juninho, que, desde seu desligamento do Lajeadense, estuda propostas. “Produzimos um material com vários momentos da minha carreira e, agora, estou na expectativa de algum clube mostrar interesse.”
O atleta se diz confiante quanto ao seu futuro, pois garante que um bom jogador precisa ter disciplina, buscar sempre o aperfeiçoamento e, quando estiver em um bom nível, trabalhar para ser excelente. “Tive boas atuações no Lajeadense, mas meus cuidados não são de hoje, sempre procurei manter uma alimentação adequada, ritmo de treinos e academia.” Além disso, Juninho não abre mão de bater uma bolinha e tem se dedicado ao time Donos da Bola/Tombado, que disputa a Primeira Divisão de minifutebol do Clube Tiro e Caça (CTC).
Atleta da equipe desde 2011, quando o nome ainda era Sspumoll/Tombado, Juninho possui algumas conquistas com o time: Torneiro de Verão, em 2013; e campeão da Terceira e Segunda Divisões. “De 2011 para 2012, subimos para a Segunda, e de 2012 para 2013, conseguimos ir para a elite, sendo que nos dois anos consegui o título de destaque do campeonato”, relembra.
Sempre com os pés no chão, Juninho diz que nunca desistiu do seu sonho, pois sempre teve o apoio incondicional dos pais, Lauri e Isolete, e das irmãs, Natalia e Paola. “Meu pai foi a praticamente todos os meus jogos.”
Texto: Carolina Gasparotto

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