09/08/2017
Marcos Vicente Marmitt, o “Roxo”
Atleta coleciona troféus e mostra por que se tornou um dos atletas mais requisitados do futebol amador dos vales
O zagueiro papa-títulos
Marcos Vicente Marmitt, 44 anos, o “Roxo”, coleciona troféus e mostra por que se tornou um dos atletas mais requisitados do futebol amador dos vales
Uma muralha. É assim que Marcos Vicente Marmitt, 44 anos, o “Roxo”, busca ser visto quando está dentro de campo. Com boas atuações na posição de zagueiro, ele ostenta vários troféus de campeão. Somente com a camisa do Cruzeiro FC conquistou seis vezes o campeonato municipal.
Mas a galeria de troféus é bem mais extensa e, antes de encarar o futebol amador, o jogador teve uma passagem pelo profissional, onde fez história no time júnior, quando era treinado por Mano Menezes, no Guarani de Venâncio Aires, e marcou um gol em Danrlei, no duelo com o Grêmio. “O segundo gol foi meu, lembro como se fosse hoje, de cabeça, e o placar ficou 2 a 1.”
Dono de uma memória invejável, Roxo lembra de cada detalhe da sua trajetória. “Quando eu tinha 5 anos, fomos morar em Cruzeiro. Antes disso, nossa casa era no Passo, e meus primeiros contatos com a bola não foram em um campo de verdade.” O jogador conta que o local era repleto de pedras e que a bola ficava mais tempo no mato do que em campo. “Nós tínhamos um grupo com a mesma idade, então, sempre nos reuníamos para jogar juntos.”
Aos 10 anos, o garoto começou a frequentar o campo do Cruzeiro. As partidas ocorriam no turno oposto ao da escola. “Chegava a dar três times de futebol 11, de tanta gurizada que queria jogar.” No local, surgiu o apelido que logo foi adotado por todos. “Ía no Cruzeiro bater uma bola, depois passava na padaria e sempre estava com os joelhos roxos de frio, e aquilo me incomodava, assim surgiu o Roxo (risos).”
Passada a época de brincadeiras, aos 16 anos, a primeira aparição de Roxo em uma competição foi no Segundinho do Cruzeiro. “No início, joguei como ponteiro direito.” Mas a tentativa não foi feliz. “O treinador me colocou para marcar o Henrique Alemão, do XV de Novembro. Não de outra, fui expulso.” Logo depois, no amistoso em Mato Leitão, contra o Fluminense, o jogador mudou de posição. “O João Schuh me escalou para a zaga, e o Guarani estava à procura de um zagueiro para os juniores, assim, nem precisei passar pela peneira.”
De 1990 a 92, Roxo vestiu a camisa do time júnior do Guarani de Venâncio Aires. Já entre 1993 e 96, teve a oportunidade de atuar no time profissional. “Estava no meu auge, em 1995, quando quebrei meu tornozelo direito.” Lesionado, ele tentou atuar até o término do Gauchão. “Lembro que o Renato Teixeira jogava, e o Casimiro Mior era o treinador.”
Com uma passagem rápida pelo Marcílio Dias, em Santa Catarina, Roxo retornou após o Guarani querer emprestá-lo por seis meses e o time exigir um ano. “Não houve acerto, então, no segundo semestre de 1996, optei por desistir do futebol profissional, após quebrar o tornozelo esquerdo.” O jogador diz se arrepender de não ter insistido um pouco mais na carreira, mas garante ter se realizado no futebol amador. “Aonde chego, sou conhecido. Fiz muitas amizades ao longo desses anos, e isso não tem preço.”
O jogador-sensação do amador
Após fazer amizade com Orfeo Fauri, Roxo foi convidado para jogar no Canabarrense e, depois disso, nunca mais largou o mundo do futebol amador. Passou por diversos times de vários municípios das regiões do Vale do Taquari e Rio Pardo. São eles: Esperança, Gaúcho, Boa Vista, Poço das Antas, Cruzeiro, Sebe, Tamoio, 25 de Julho, Canarinho, São Rafael, Bom Fim, XV de Novembro, União de Carneiros, São Cristóvão, União Campestre, Juventude de Conventos, Juventude de Linha Arlindo. Também no Travesseirense, Santa Cruz do Sul, São José de Monte Alverne, União Boa Esperança, São Brás, 5 de Junho, Linha Data, Flor de Maio, Fluminense, São Luís de Santa Emília, Juventude de Não-Me-Toque e Ivoti pelo Estadual de amadores. “No futebol de campo, fui expulso apenas três vezes. Joguei firme, com vontade de ganhar, mas sem machucar os outros.”
No futebol sete, o jogador vestiu a camisa do Tonho Automóveis e Cosmano, no Clube Sete de Setembro; e Fora D’Sério, Cosmos e Coroas Mirim A, no Clube Tiro e Caça (CTC). Também atuou no campeonato aberto de Languiru, com Languiru, Só Funcho, Canabarrense, Metalúrgica Bechorner e Ajupa. “Joguei com a Associação Atlética Natal, em que éramos quase uma família. Time simples, atletas novos, mas jogavam que nem time grande.”
Lições de um veterano
Após os anos de experiência pelos campos dos vales, Roxo diz que traz na bagagem muitas lições de vida. “Acredito que todo atleta precisa respeitar o seu adversário. Um jogo nunca está ganho, pois nem sempre o melhor time vence.” Na visão do zagueiro, que muitas vezes usou a braçadeira de capitão, as possibilidades de um bom desempenho partem da união do grupo no campo e no vestiário. “Se um grupo está unido, não adianta ter seleção.”
Agora, como atleta do time veterano do Cruzeiro e atual campeão do Municipal nessa categoria, o jogador volta os olhos para o filho, Arthur Sehn Marmitt, 13 anos, que já atua na escolinha do Clube Esportivo Lajeadense e demonstra interesse em seguir os passos do pai. “Ele sabe que o bom desempenho na escola garante a escolinha de futebol.”
Para o futuro, Roxo diz que sonha em tomar a frente do Cruzeiro em paralelo às responsabilidades que possui como dono de bar. “Mas sem dinheiro não se faz nada.” Sobre o futuro do filho no mundo da bola, ele diz que o futebol pode ou não ser um caminho. “Só quero que ele seja alguém na vida e não passe pelo que eu passei.”
Galeria de troféus
Vice-campeão estadual em 1990 - Juniores Guarani;
Tricampeão estadual da Ligafa - duas vezes com o Canabarrense e uma vez com o Gaúcho de Teutônia;
Tricampeão regional em 1997 e 98 e 2007 - Canabarrense, Esperança e União de Carneiros;
Campeão da Copa dos Campeões - Juventude de Linha Arlindo;
Campeão regional Série B - Travesseirense;
Campeão estadual futebol sete do Sesi - Associação Atlética Natal;
Bicampeão regional de Santa Cruz do Sul - São José de Monte Alverne;
Vice-campeão estadual de amadores - Ivoti;
Seis vezes campeão do Municipal de Cruzeiro do Sul - Sebe, Tamoio, Canarinho, 25 de Julho e duas vezes com o Cruzeiro FC;
Três vezes campeão do Municipal de Santa Cruz do Sul - Linha Santa Cruz, e duas vezes com o Aliança;
Vice-campeão estadual do Sesi de futebol de campo - Móveis Projeto de Venâncio;
Bicampeão do Municipal de Lajeado - Juventude de Conventos e União de Carneiros;
Três vezes vice-campeão do Regional do Vale do Taquari - União de Carneiros, São Cristóvão e 25 de Julho de Picada Aurora;
Campeão municipal de Teutônia em 1997 - Canabarrense;
Campeão municipal de Paverama;
Bicampeão do CTC - Fora D’Sério e Cosmos;
Campeão do Sete de Setembro - Cosmano;
Tricampeão do aberto de Languiru (força livre);
Bicampeão do aberto de Languiru (veterano);
Diversos títulos no futsal da região, comov Cafusal, Sesi de Estrela, aberto e Municipal de Cruzeiro do Sul;
Bicampeão na categoria veterano do Bolamar;
Duas vezes vice-campeão na categoria força livre no Bolamar;
Campeão do veterano no Municipal de Cruzeiro do Sul.